sexta-feira, 15 de julho de 2011


"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai celestial vos perdoará a vós"
(Mateus 6:14)


"O pequeno Zeca entra em casa, após a aula,
batendo forte os seus pés no assoalho da casa.
Seu pai, que estava indo para o quintal
para fazer alguns serviços na horta,
ao ver aquilo chama o menino para uma conversa.
 Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado.

Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:
- Pai, estou com muita raiva.
O Juca não deveria ter feito aquilo comigo.
Desejo tudo de ruim para ele.

Seu pai, um homem simples mas cheio de sabedoria,
escuta calmamente o filho que continua a reclamar:
- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito.
Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.

O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo
onde guardava um saco cheio de carvão.
Levou o saco até o fundo do quintal
e o menino oacompanhou, calado.

Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele
pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo:
- Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha
que está secando no varal é o seu amiguinho Juca
e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, endereçado a ele.
Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa,
até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.

O menino achou que seria uma brincadeira
divertida e passou mãos à obra.
O varal com a camisa estava longe do menino
e poucos pedaços acertavam o alvo.
Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa.
O pai que espiava tudo de longe,
se aproxima do menino e lhe pergunta:
- Filho como está se sentindo agora?
- Estou cansado mas estou alegre
porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender
a razão daquela brincadeira, e carinhoso lhe fala:
- Venha comigo até o meu quarto,
quero lhe mostrar uma coisa.
O filho acompanha o pai até o quarto
e é colocado na frente de um grande espelho
onde pode ver seu corpo todo. Que susto!
Zeca só conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos.
O pai, então lhe diz ternamente:
- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou;
mas, olhe só para você.

O mau que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu.
por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém
com nossos pensamentos, a borra, os resíduos, a fuligem
ficam sempre em nós mesmos."


Nenhum comentário:

Postar um comentário